Nome científico: Caryocar villosum (Aubl.) Pers., Caryocaraceae.
Outros nomes populares: pequi, pequi-roxo, pequiá, piqui, piqui-rosa, piquiá-bravo, piquiá-verdadeiro.
Nomes internacionais: abe a beurre (Guiana Francesa), bats souari (IPT,1989b) (Inglaterra), pekea (Inglaterra).
Ocorrência:
• Brasil: Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima.
• Outros países: Guiana, Guiana Francesa, Suriname.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Características sensoriais: cerne esbranquiçado, levemente rosado, passando geralmente a amarelado-claro ou também pardo-claro-amarelado; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade alta; grã revessa; textura grossa.
Descrição anatômica macroscópica:
• Parênquima axial: visível só sob lente; apotraqueal difuso e difuso em agregados formando uma trama com os raios, às vezes em finas faixas marginais.
• Raios: visíveis só sob lente no topo; finos e muito numerosos; na face tangencial pouco visíveis mesmo sob lente.
• Vasos: visíveis a olho nu; porosidade difusa; médios a grandes, solitários e múltiplos; obstruídos por tilos.
• Camadas de crescimento: marcadas por zonas fibrosas bem regulares e, eventualmente, pelo parênquima marginal.
Fonte: (IPT,1983)
DURABILIDADE / TRATAMENTO
Durabilidade natural: A madeira em ensaios de laboratório demonstrou ter alta resistência ao ataque de organismos xilófagos. (IPT,1989a)
Tratabilidade: apresenta baixa permeabilidade às soluções preservativas quando submetida à impregnação sob pressão. (IPT,1989a)
CARACTERÍSTICAS DE PROCESSAMENTO
Trabalhabilidade: A madeira de piquiá é difícil de ser trabalhada, tanto com ferramentas manuais como mecânicas. Produz superfície áspera, depois do aplainado, devido à grã revessa. Bom acabamento em pintura, verniz e polimento. (IPT,1989b)
PROPRIEDADES FÍSICAS
Densidade de massa (r):
• Aparente a 15% de umidade (rap, 15): 930 kg/m³
Fonte: (IPT,1989a)
Contração:
• Radial: 5,5 %
• Tangencial: 9,2 %
• Volumétrica: 16,7 %
Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85)
Fonte: (IPT,1989a)
PROPRIEDADES MECÂNICAS
Flexão:
• Resistência (fM):
Madeira verde: 113,6 MPa
Madeira a 15% de umidade: 145,7 MPa
• Limite de proporcionalidade – Madeira verde: 48,6 MPa
• Módulo de elasticidade – Madeira verde: 14111 MPa
Compressão paralela às fibras:
• Resistência (fc0):
Madeira verde: 55,2 MPa
Madeira a 15% de umidade: 86,5 MPa
• Coeficiente de influência de umidade: 3,6 %
• Limite de proporcionalidade – Madeira verde: 35,3 MPa
• Módulo de elasticidade – Madeira verde: 18407 MPa
Outras propriedades:
• Resistência ao impacto na flexão – Madeira a 15% (choque):
Trabalho absorvido: 38,4
Coeficiente de resiliência R: 0,6
Cota dinâmica R/rab,152: 0,7
• Cisalhamento – Madeira verde: 12,9 MPa
• Dureza janka paralela – Madeira verde: 5864 N
• Tração normal às fibras – Madeira verde: 10,1 MPa
• Fendilhamento – Madeira verde: 1,1 MPa
Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85)
Fonte: (IPT,1989a)
USOS
Construção civil:
• Pesada externa:
dormentes ferroviários
cruzetas
postes
defensas
mourões
• Pesada interna:
vigas
caibros
Outros usos:
embarcações (quilhas, convés, costados e cavernas)
tanoaria
embalagens