Nome científico: Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan, Leguminosae.
Outros nomes populares: angico, angico-bravo, angico-preto-rajado, angico-rajado, angico-vermelho, cambuí-ferro, guarapiraca.
Nomes internacionais: cebil colorado, curupay (ATIBT,1982) (Argentina; Paraguai).
Ocorrência:
• Brasil: Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, São Paulo.
• Outros países: Argentina, Paraguai.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Características sensoriais: cerne e alburno distintos pela cor, cerne castanho-avermelhado escurecendo com o tempo para vermelho-queimado, com veios enegrecidos; cheiro imperceptível e gosto levemente adstringente; densidade muito alta; grã irregular a revessa; textura média; superfície pouco lustrosa.
Descrição anatômica macroscópica:
• Parênquima axial: visível apenas sob lente, paratraqueal vasicêntrico escasso com tendência para aliforme; às vezes em finas linhas marginais.
• Raios: visíveis apenas sob lente no topo e na face tangencial.
• Vasos: pouco visíveis a olho nu, muito pequenos a pequenos; numerosos a muito numerosos; porosidade difusa; solitários e múltiplos de dois e três; obstruídos por óleo-resina.
• Camadas de crescimento: distintas demarcadas por finas linhas de parênquima marginal.
Fonte: (IPT,1983; IPT,1989a)
DURABILIDADE / TRATAMENTO
Durabilidade natural: Madeira considerada muito durável (Chudnoff,1979) Apresenta alta durabilidade a fungos apodrecedores (IPT,1989a) Resistente ao ataque de alguns insetos xilófagos como brocas-de-Madeira e provavelmente cupins (Berni et al.,1979)
Tratabilidade: apresenta baixa permeabilidade em processo sob pressão (IPT,1989a; Berni et al.,1979; Chudnoff,1979)
CARACTERÍSTICAS DE PROCESSAMENTO
Trabalhabilidade: a Madeira de angico-preto é difícil de ser trabalhada devido à sua dureza, provocando rápido desgaste das ferramentas de corte; no aplainamento, a presença de irregularidades da grã pode ocasionar o arrancamento das fibras (Chudnoff,1979; Jankowsky,1990) Um superaquecimento e vibração dos dentes da serra podem ocorrer; é boa para tornear; permite bom acabamento; na conexão com pregos é aconselhável furar com broca para evitar rachas (Berni et al.,1979)
Secagem: a secagem é muito lenta, com pequena tendência ao torcimento; apresenta tendência a rachas e colapso, durante a secagem em estufa (Berni et al.,1979; Chudnoff,1979; Jankowsky,1990)
Programas de secagem podem ser obtidos em (Chudnoff,1979; Jankowsky,1990)
PROPRIEDADES FÍSICAS
Densidade de massa (r):
• Aparente a 15% de umidade (rap, 15): 1050 kg/m³ (IPT,1989a)
• Básica (rbásica): 840 kg/m³ (Jankowsky,1990)
Contração:
• Radial: 4,9 %
• Tangencial: 8,1 %
• Volumétrica: 13,9 %
Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85)
Fonte: (IPT,1989a)
PROPRIEDADES MECÂNICAS
Flexão:
• Resistência (fM):
Madeira verde: 153,6 MPa
Madeira a 15% de umidade: 185,3 MPa
• Limite de proporcionalidade – Madeira verde: 71,5 MPa
• Módulo de elasticidade – Madeira verde: 16358 MPa
Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85)
Fonte: (IPT,1989a)
Compressão paralela às fibras:
• Resistência (fc0):
Madeira verde: 69,9 MPa
Madeira a 15% de umidade: 86,9 MPa
• Coeficiente de influência de umidade: 2,5 %
• Limite de proporcionalidade – Madeira verde: 55,8 MPa
• Módulo de elasticidade – Madeira verde: 20310 MPa
Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85)
Fonte: (IPT,1989a)
Outras propriedades:
• Resistência ao impacto na flexão – Madeira a 15% (choque):
Trabalho absorvido: 77,4
• Cisalhamento – Madeira verde: 19,4 MPa
• Dureza janka – Madeira verde: 11523 N
• Tração normal às fibras – Madeira verde: 13,6 MPa
• Fendilhamento – Madeira verde: 1,5 MPa
Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85)
Fonte: (IPT,1989a)
USOS
Construção civil:
• Pesada externa:
pontes
postes
mourões
estacas
esteios
cruzetas
dormentes ferroviários
Madeiramento de currais
• Pesada interna:
vigas
caibros
Assoalhos:
tacos
tábuas
Mobiliário:
• Alta qualidade:
partes decorativas de móveis
Outros usos:
peças torneadas